Airá normalmente confundido com Xangô, é uma divindade à parte, que não pertence à família de Xangô, tido por alguns como irmão gêmeo de Xangô.
Este orixá veste-se de branco e tem profundas ligações com Oxalá.
Airá não usa coroa, mas um eketé branco.
... Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, nem com sal e sim com banha de ori, que em muito se assemelha com Oxalá.
Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era considerado um de seus servos de confiança e segundo uma de suas lendas, Airá, tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá deve ser tratado de forma diferente de Xangô, seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá.
Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas pode ser relacionado ao vento, seu nome pode ser traduzido como redemoinho ou furacão.
Airá então pode ser louvado como a divindade que rege o encontro dos ventos.
Em território africano, não existe registro ou relatos de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde ele é cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica em território Jeje.
Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de Airá e por esta razão muitos atribuem sua filiação à Iemanjá e a Oraniã, da mesma forma que Xangô.
Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem possui o caráter, punitivo, vingativo como Xangô.
Este fato, pode ser evidenciado em um de seu itãs:
A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor.
Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz.
Airá estabelece a paz e possui uma ação mais imediata em suas funções, Airá pode ser qualificado como um sentinela de Oxalufã.
Em diferentes países e regiões africanas em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá.
Sua gamela é oval, branca e seus ornamentos prateados.
Seu assentamento é na gamela oval e não leva pilão. A fogueira lhe pertence e é acesa pelo lado esquerdo.
MITOLOGIA
Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas.
Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei.
No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra.
Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava escondido atrás da pedra.
Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco.
Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Airá.
No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas.
Temos também esse itã que coloca de maneira bem segura e determinante um ritual comum no Brasil que inclusive desvencilha do dogma da Igreja Católica.
Segundo os mitos, Oxalá permaneceu injustamente preso durante sete anos no reino de seu filho, Xangô, sem que este soubesse do fato.
Grandes calamidades ocorreram em todo o reino devido a essa injustiça e quando Xangô finalmente descobriu o que havia acontecido com o próprio pai, resgatou-o da prisão e ordenou que fossem organizadas grandes festas em
todo o reino, em sua homenagem.
A festividade conhecida hoje como Águas de Oxalá, remonta a esse acontecimento.
No entanto, Oxalá estava muito alquebrado, ferido e entristecido.
Apesar de toda a atenção que recebeu, a única coisa que desejava era retornar ao seu próprio reino, em Ifé, onde Iemanjá, sua esposa, o aguardava.
Xangô não podia acompanhá-lo, pois precisava colocar em ordem o próprio reino e pediu a Airá que fizesse isso em seu lugar.
Foi assim que Airá tornou-se o companheiro de Oxalá, pois a viagem foi muito longa já que Oxalá andava muito devagar pelo fato de ainda estar se recuperando dos ferimentos que adquirira durante os sete anos de prisão.
Durante o dia, eles caminhavam.
À noite, Oxalá sentia frio e precisava descansar.
Para aquecê-lo e distraí-lo dos próprios pensamentos, Airá mandava que acendessem uma grande fogueira no acampamento.
Oxalá observava o fogo e Airá passava longas horas contando-lhe histórias do povo de Oyó.
Desse modo, tornou-se tradição acender a fogueira em de junho de cada ano, no Brasil, em homenagem a Airá e à viagem que fez em companhia de Oxalá.
ARQUÉTIPO
Airá dá aos seus filhos um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido, espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.
Os filhos de Airá, são autoritários, voluntariosos, enérgicos, calmos, teimosos, orgulhosos e guerreiros alternadamente, não sabem guardar segredos, faladores, fofoqueiros, apegados a família.
TÍTULOS
Adjàosì : quer dizer Osi, esquerda. É o eterno companheiro de Oxaguiã.
Álàmódè ,Módè ou Mófè : É considerado o pai das águas quentes, pouco difundido nos terreiros, este Aira vem acompanhado de Oxum Iopandá. Conta o mito que Modé vestiu-se de Oxun para ser confundido durante uma busca para prende-lo, sendo assim, geralmente ele é cultuado sendo "Iyagba", seus animais são fêmeas e seus filhos geralmente mais delicados, ardilosos que choram com facilidade para chegarem ao seu alcance.
Etinjà: Depende de Ogun para caminhar, é guerreiro e cruel.
Ibonã ou Igbonam: É um título de Airá que significa floresta de fogo, o quente, é considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.
Intile : Título de Airá que quer dizer O dono da Casa.
É o filho rebelde de Obatalá, muito difícil, causando dissabores a Obatalá.
Ligado a Iemanjá Sobà.
É dele o mito que conta a primeira vez que Airá Intile se submeteu a alguém. Um dia, Obatalá juntou-se a Oduduá e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intile. Estava Intile na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco.
Airá Intile percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço.
Na perseguição gritava e esbravejava quando encontrou Obatalá.
O velho não se fez de rogado, gritou com Intile, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção.
Pela primeira vez Airá Intile havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas.
Foi então que Obatalá desfez os colares de Airá Intile e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares.
Obatalá entregou a Intile seu novo colar, vermelho e branco.
Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho.
Come também com Bará.
Lojó : Título que faz referência à chuva.
Óbómìn, Bómìn ou Ygbómìn : mais um título de Airá. É bom, conselheiro, dono da verdade, reina nas águas junto com Oxum foi ele que Oxalá transformou em seu primeiro ministro. Não faz nada sem perguntar a Oxalá.
Orégedé: Muito guerreiro ele também lutou contra Ogun.
Curiosidades
ave : Frango branco.
Come : Quiabos,ori,pepino arroz, a canjica e o mingau de acaçá.
Cor : Branco.
Dia : Sexta-feira.
Folhas: Agrião, Manjericão
Impedimento: Sal e azeite de dendê.
Manifestação: Raio, redemoinho, furacão.
Natureza : Ar ,+
Ornamentos : prateados.
Este orixá veste-se de branco e tem profundas ligações com Oxalá.
Airá não usa coroa, mas um eketé branco.
... Suas comidas votivas não são temperadas com dendê, nem com sal e sim com banha de ori, que em muito se assemelha com Oxalá.
Airá era um Orixá no fundamento de Xangô, Airá era considerado um de seus servos de confiança e segundo uma de suas lendas, Airá, tentou instaurar um atrito entre Oxalá e Xangô, graças a isso Airá deve ser tratado de forma diferente de Xangô, seu assentamento deve ficar na casa de Oxalá.
Airá é um Orixá relacionado a família do raio mas pode ser relacionado ao vento, seu nome pode ser traduzido como redemoinho ou furacão.
Airá então pode ser louvado como a divindade que rege o encontro dos ventos.
Em território africano, não existe registro ou relatos de pessoas regidas ou iniciadas para ele, onde ele é cultuado, o culto predominante é o de Nanã e de Obaluaiê, já que Savé é uma região que fica em território Jeje.
Pouco se sabe sobre o nascimento ou surgimento de Airá e por esta razão muitos atribuem sua filiação à Iemanjá e a Oraniã, da mesma forma que Xangô.
Ao contrário de Xangô, Airá não é um Orixá rei nem possui o caráter, punitivo, vingativo como Xangô.
Este fato, pode ser evidenciado em um de seu itãs:
A chuva de Airá apenas limpa e faz barulho como um tambor.
Airá zela pela paz e pela justiça de forma incondicional, ao contrário de Oxalá que representa a paz.
Airá estabelece a paz e possui uma ação mais imediata em suas funções, Airá pode ser qualificado como um sentinela de Oxalufã.
Em diferentes países e regiões africanas em que a religião dos orixás sobreviveu e prosperou, há diferentes variantes das qualidades dos orixás, pois cada grupo, geograficamente isolado, ao longo do tempo, acabou por selecionar esta ou aquela passagem mítica do orixá.
Sua gamela é oval, branca e seus ornamentos prateados.
Seu assentamento é na gamela oval e não leva pilão. A fogueira lhe pertence e é acesa pelo lado esquerdo.
MITOLOGIA
Um dia, passando Oxaguiã pelas terras onde vivia Airá, despertou no jovem grande entusiasmo por seu porte de guerreiro e vencedor de batalhas.
Sem que Oxaguiã se desse conta, Airá trocou suas vestes vermelhas pelas brancas dos guerreiros de Oxaguiã, misturando-se aos soldados do rei.
No caminho encontraram inimigos ao que Osi, medroso que era, escondeu-se atrás de uma grande pedra.
Oxaguiã observava a disputa do alto de um monte, esperando o momento certo de entrar nela, mas, para sua surpresa, percebeu que um de seus soldados estava escondido atrás da pedra.
Sorrateiramente Oxaguiã interpelou seu soldado e para sua surpresa deparou-se com Airá que chorava de medo, implorando seu perdão, por haver enganado o grande guerreiro branco.
Oxaguiã, por sua bondade e sabedoria, compadeceu-se de Airá.
No entanto, como punição pela mentira de Airá, decidiu que naquele mesmo dia o jovem voltaria à sua terra natal vestindo-se de branco e nunca mais usaria o escarlate, devendo dedicar-se a arte da guerra para poder seguir com ele em suas eternas batalhas.
Temos também esse itã que coloca de maneira bem segura e determinante um ritual comum no Brasil que inclusive desvencilha do dogma da Igreja Católica.
Segundo os mitos, Oxalá permaneceu injustamente preso durante sete anos no reino de seu filho, Xangô, sem que este soubesse do fato.
Grandes calamidades ocorreram em todo o reino devido a essa injustiça e quando Xangô finalmente descobriu o que havia acontecido com o próprio pai, resgatou-o da prisão e ordenou que fossem organizadas grandes festas em
todo o reino, em sua homenagem.
A festividade conhecida hoje como Águas de Oxalá, remonta a esse acontecimento.
No entanto, Oxalá estava muito alquebrado, ferido e entristecido.
Apesar de toda a atenção que recebeu, a única coisa que desejava era retornar ao seu próprio reino, em Ifé, onde Iemanjá, sua esposa, o aguardava.
Xangô não podia acompanhá-lo, pois precisava colocar em ordem o próprio reino e pediu a Airá que fizesse isso em seu lugar.
Foi assim que Airá tornou-se o companheiro de Oxalá, pois a viagem foi muito longa já que Oxalá andava muito devagar pelo fato de ainda estar se recuperando dos ferimentos que adquirira durante os sete anos de prisão.
Durante o dia, eles caminhavam.
À noite, Oxalá sentia frio e precisava descansar.
Para aquecê-lo e distraí-lo dos próprios pensamentos, Airá mandava que acendessem uma grande fogueira no acampamento.
Oxalá observava o fogo e Airá passava longas horas contando-lhe histórias do povo de Oyó.
Desse modo, tornou-se tradição acender a fogueira em de junho de cada ano, no Brasil, em homenagem a Airá e à viagem que fez em companhia de Oxalá.
ARQUÉTIPO
Airá dá aos seus filhos um ar altivo e de sabedoria, prepotente, equilibrado, intelectual, severo, moralista, decidido, espírito jovem, perigoso, violento, intolerante, mas são brincalhões, alegres, gostam de dançar e cantar.
Os filhos de Airá, são autoritários, voluntariosos, enérgicos, calmos, teimosos, orgulhosos e guerreiros alternadamente, não sabem guardar segredos, faladores, fofoqueiros, apegados a família.
TÍTULOS
Adjàosì : quer dizer Osi, esquerda. É o eterno companheiro de Oxaguiã.
Álàmódè ,Módè ou Mófè : É considerado o pai das águas quentes, pouco difundido nos terreiros, este Aira vem acompanhado de Oxum Iopandá. Conta o mito que Modé vestiu-se de Oxun para ser confundido durante uma busca para prende-lo, sendo assim, geralmente ele é cultuado sendo "Iyagba", seus animais são fêmeas e seus filhos geralmente mais delicados, ardilosos que choram com facilidade para chegarem ao seu alcance.
Etinjà: Depende de Ogun para caminhar, é guerreiro e cruel.
Ibonã ou Igbonam: É um título de Airá que significa floresta de fogo, o quente, é considerado o pai do fogo, tanto que na maioria dos terreiros, no mês de junho de cada ano, acontece a fogueira de Airá, rito em que Ibonã dança sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras. Conta o mito que Ibonã foi criado por Dadá, que o mimava em tudo o que podia. Não havia um só desejo de Ibonã que Dadá não realizasse. Um dia Dadá surpreendeu Ibonã brincando com as brasas do fogão, que não lhe causavam nenhum dano. Desde então, em todas as festas do povoado, lá estava Airá Ibonã, sempre acompanhado de Iansã, dançando e cantando sobre as brasas escaldantes das fogueiras.
Intile : Título de Airá que quer dizer O dono da Casa.
É o filho rebelde de Obatalá, muito difícil, causando dissabores a Obatalá.
Ligado a Iemanjá Sobà.
É dele o mito que conta a primeira vez que Airá Intile se submeteu a alguém. Um dia, Obatalá juntou-se a Oduduá e ambos decidiram pregar uma reprimenda em Intile. Estava Intile na casa de uma de suas amantes, quando os dois velhos passaram à porta e levaram seu cavalo branco.
Airá Intile percebeu o roubo e sabedor que dois velhos o haviam levado seu cavalo predileto, saiu no encalço.
Na perseguição gritava e esbravejava quando encontrou Obatalá.
O velho não se fez de rogado, gritou com Intile, exigindo que se prostrasse diante dele e pedisse sua benção.
Pela primeira vez Airá Intile havia se submetido a alguém. Airá tinha sempre ao pescoço colares de contas vermelhas.
Foi então que Obatalá desfez os colares de Airá Intile e alternou as contas encarnadas com as contas brancas de seus próprios colares.
Obatalá entregou a Intile seu novo colar, vermelho e branco.
Daquele dia em diante, toda terra saberia que ele era seu filho.
Come também com Bará.
Lojó : Título que faz referência à chuva.
Óbómìn, Bómìn ou Ygbómìn : mais um título de Airá. É bom, conselheiro, dono da verdade, reina nas águas junto com Oxum foi ele que Oxalá transformou em seu primeiro ministro. Não faz nada sem perguntar a Oxalá.
Orégedé: Muito guerreiro ele também lutou contra Ogun.
Curiosidades
ave : Frango branco.
Come : Quiabos,ori,pepino arroz, a canjica e o mingau de acaçá.
Cor : Branco.
Dia : Sexta-feira.
Folhas: Agrião, Manjericão
Impedimento: Sal e azeite de dendê.
Manifestação: Raio, redemoinho, furacão.
Natureza : Ar ,+
Ornamentos : prateados.
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