segunda-feira, 4 de abril de 2016

Novidades em 2016

Gostaria de pedir desculpas por não ter um tempo dedicado a atualização.
Peço mais um pouco de paciência pois estou numa correria de trabalho, pré-vestibular, academia e afazeres familiares (o que eu tenho até deixado meio que de lado e minha avó já me chamou a minha atenção).
Aproveitando a citação de Simone de Beauvoir em "Ninguem nasce mulher, torna-se mulher", quero iniciar este ano de 2016 com uma resenha pessoal do livro abaixo.
Aguardem a resenha feita com carinho.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A Origem Nagô – Yorubá

Olodumare, Senhor Supremo dos Nossos Destinos, também conhecido como Olorum, Senhor do Orum, criou o primeiro dos Orixás, Oxalá e deu-lhe a incumbência de criar o mundo, entregando-lhe o saco da criação.
No momento da criação já haviam outros Orixás habitando o Orum, Oxalá foi aconselhado por Orumilá a oferendar o Orixá Exu antes de empenhar sua tarefa.
Oxalá olvidou o conselho e partiu sem fazer suas oferendas, no que Exu usou de seus poderes criando em Oxalá muita sede.
Chegando ao local onde o mundo seria criado, encontrou uma palmeira, com seu cajado, opaxorô, fez um furo na palmeira e bebeu seu vinho.
Bebeu, bebeu, bebeu e logo depois adormeceu ao lado da palmeira.
Exu lhe tomou o saco da criação e entregou ao Orixá Odudua, que com a concessão de Olorum e as devidas oferendas, fez a tarefa que antes seria de Oxalá.
Ao acordar Oxalá vê que o mundo já está criado e se dirige a Olorum para expor o ocorrido ao que o Senhor do Orum lhe dá uma nova incumbência, criar os homens.
Oxalá toma o barro e com ele modela o homem e a mulher, porém não tem vida, assim chama Olorum para expor a questão, ao que este se aproxima e sopra o sopro da vida animando assim os homens e mulheres modelados por Oxalá.
Um mito é uma alegoria, uma metáfora que traz um simbolismo da vida e da criação. O mito oculta valores e orientações para a vida em sociedade e o entendimento da relação com o sagrado. Aqui neste mito da criação, um dos mais conhecidos da cultura Nagô-Yorubá, reinterpretado, encontramos muitos elementos para o entendimento e relacionamento com este universo mitológico dos Orixás.
Olodumare, Senhor Supremo dos Nossos Destinos, também conhecido como Olorum, Senhor do Orum (Céu ou a realidade que transcende a matéria), é Deus para a cultura Nagô.
Este mito nos lembra que até Oxalá deve oferendar Exu, pois nada se faz sem antes oferendar o dono da encruzilhada. Exu reina na encruzilhada entre o mundo material (Ayê) e o mundo mítico-espiritual (Orum), ao passar por Exu, ao fazer o trânsito entre realidades é necessário oferendá-lo, o que é uma questão de respeito e devoção.
Esta questão também nos lembra de que não devemos empreender tarefa sozinhos, devemos contar com amparo e ajuda dos outros, devemos ser humildes e ouvir os conselhos. Claro que não cremos que Oxalá seja arrogante ou que se desentenda com outros Orixás, mas em mitologia as questões e situações, tão humanas são colocadas apenas para ensinar e criar uma forma de transmissão oral de fácil assimilação.
Veja que Oxalá criou o homem, mas, apenas Deus, Olorum, pode lhe dar a vida ou o sopro da vida. Quando Oxalá procura Olorum ele é perdoado e absorve este mistério de Olorum, logo passa a ser o Orixá do perdão. Há também uma observação no que diz respeito aos excessos que nos fazem deixar de lado as responsabilidades e compromissos. Oxalá passa a não receber nada que seja alcoólico, pelo contrário, Oxalá passa a representar a sobriedade, a calma e a Paz.
Orumilá representa o Oráculo, aquele que conhece presente, passado e futuro, logo representa a oniciência de Deus prevendo o acontecimento e aconselhando seu filho mais velho, pois muitas vezes o mais velho deve procurar o mais novo.
As interpretações de um mito não têm fim, cada observador terá uma visão diferente do mito.
por ALEXANDRE CUMINO.
Publicado no JUS nº 95 – Abril/2008
Para conhecer mais textos do autor entre no grupo sobre discução da Umbanda Sagrada,basta enviar um e-mail paraalexandrecumino@googlegroups.com.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

RESPONSABILIDADES DOS ZELADORES E ZELADORAS

Além do zelador (a) ter sua responsabilidade espiritual como obrigações, ebos, jogo de búzios, cuidar dos clientes, filhos de santo. Ele também tem um papel de conselheiro (a) para aqueles que precisam de uma palavra. As vezes essa conter tanto poder quanto um ebó.
Como se tudo isso já não fosse muita coisa para ele (a), ainda tem a dura tarefa de a...dministrar o barracão.
Muitos se esquecem disso. Mas está ai uma das tarefas que podem determinar o sucesso ou o fracasso do barracão. Muitos podem dizer ou se perguntar: Como assim? Afinal não é o orisa que comanda a casa?
Resposta: Sim é o orisa. Mas vamos refletir sobre algumas questões:
Já se perguntaram por que existe religião?
Já se perguntaram por que temos que passar por provações de convivência humana ?
Por privações financeiras?
Pois bem a função de uma casa de candomblé vai alem das obrigações, festas, social entre os filhos. Lembre-se que você pode passar horas em convivência com pessoas que você podem não gosta. Como disse em posts anteriores, já ouvir filho (a) dizer assim: não troco benção com fulano. Quem administra isso? Seu zelador ou zeladora.
Primeira lição : temos que aprender a conviver com as diferenças.
Será que os zeladores (as) conseguem ver tudo ou saber de tudo?
NÃO. Claro que não, pois existe um sistema de cargos dentro de um barracao. Onde sempre terá alguém “ajudando” aos que não sabem fazer suas tarefas. Mas as vezes esses proprios não conseguem realizar essas tarefas. Conclusão : Volta o problema para o zelador (a).
Outro ponto é o dinheiro. Para uma casa funcionar bem tem que ter suas contas pagas em dia. Como água, luz, gás, aluguel. Nem todos os barracões são de propriedade do zelador (a). Alias digo esses são a minoria. Alguns não tem outra fonte de renda ou pior outros que trabalham , tiram do seu bolso , para manterem a casa aberta . Elas se mantem pela mensalidades dos filhos (as), jogo de búzios do zelador (a), ajuda de adeptos. Imagina você administrar a falta desses recursos?
Ouvi seu Agenor um dia dizer, numa entrevista, nenhuma religião é ruim, quem estragam elas são seus adeptos e o comandante dela que é um homem (ou mulher). Absoluta verdade.
Olhe esse exemplo: Para se preparar uma festa de candomblé, requer uma serie de atividades. Desde lavar o banheiro até rituais espirituais. Isso leva tempo e precisa ser muito bem distribuído as tarefas entre todos. Isso tudo para preparar a festa.
No final da festa todos comemoram seu sucesso. Todos felizes.
Só que agora começa a fase dita “chata” para todos. Arrumar e olhar o que deu certo ou errado. Ai começa o mais um “problema” para o zelador (a).
Questões para refletir: todos os filhos (as) estavam com suas roupas em dia? Pois isso já uma obrigcação individual .
Todos fizeram suas tarefas sem se preocupar com que o outro filho (a) esta fazendo? Faça o seu e não olhe o do outro, a não ser que essa seja sua função.
Todos pegaram na vassoura ou no rodo para limpar sua casa?
Aqueles que não trouxeram suas roupas e usaram as roupas do barracão, levaram para lavar? Pois isso é uma questão de higiene e bom senso. Ou acreditam que todo barração tem um sistema de lavanderia a seco ?
Complicou?
Acha que ser zelador (a) é fácil?
Será que você valoriza isso?
Será que foi ele (a) que escolheu isso ou foi uma missão que recebeu de seu orisa ? Pergunte a ele (a) , terá uma surpresa.
E a vida pessoal deles onde fica?
Talvez você não tenha essas respostas.
Talvez nem pense nisso.
Talvez seja cada um por si mesmo.
Todos ou alguns estão querendo só apenas aparecer na foto com suas belas roupas (ou emprestadas) e mostrar como são belos ou belos.
Talvez não seja nada disso e tudo seja um grande exagero de minha parte.
Mas o ideal seria que todos fizessem sua parte pois os Yaos de hoje serão os ebomis de amanhã e se os orisas assim o quiserem também poderão ser os futuros zeladores (as) . Quando chegar nesse estágio , lembrará como ele (a) agiu quando foi abiã e o que seu zelador (a) passou , talvez nesse momento seja tarde.
Candomble é DEPURAÇÃO DO CORPO E MENTE.
Terreiro não é clube de praia.
Terreiro não é edição de revista de fofoca ou moda.
Faça seu trabalho. Entre mudo e saia calado . Se não tem Nada para dizer fique em silencio e trabalhe pois seu orisa esta presente.
 

quinta-feira, 16 de maio de 2013

SOBÁ OU ASAGBÁ



Yemanjá Asagba ou Soba: É a mais velha, manca de uma perna devido a uma luta com Exu, rabugenta, e feiticeira, fala de costas, gosta de fiar seu cristal. Comanda as caçadas mais profundas do oceano, tem afinidade com Nanã, Ayra, Oxalufan e Orunmilá . Veste branco e prata. Nesta qualidade, Yemanjá é perigosíssima, sábia e muito voluntariosa. Usa no tornozelo uma c...orrente de prata. Numa briga com Exú, ela teve sua perna ferida, por isso suas yaôs quase se arrastam em sala, numa primeira manifestação, depois mostram toda sua dança. Seu olhar é irresistível e seu ar é altaneiro. Foi mulher de Orunmilá, e Ifá sempre acata sua palavra e em honra a tal hierárquica entidade, num xirê de Sobá, sempre entra um Oxalá.Para ouvir seus fiéis costuma ficar de costas, carrega em uma das mãos um abebé espelhado e na outra uma estrela do mar. Consagrada com azeite doce e pitadas de mel.
E sua energia é a espuma branca do mar. Suas amarrações jamais podem ser desatadas. É a senhora do algodão, todos os seus assentamentos são feitos no algodão. Suas filhas costumam ser videntes ou tem o dom da intuição.